Em semana quente no Brasil, mundo assiste reunião explosiva entre Biden e Putin

Joe Biden e Vladimir Putin || Crédito: WikiCommons

Em março, presidente norte-americano concordou com a ideia de que russo é “assassino”; tensão crescente, com expulsão de diplomatas, precede encontro desta quarta (16), na Suíça

Há algum tempo que os eventos políticos do Brasil, que vão se renovando muitas vezes ao longo do dia, dominam completamente o noticiário, sem trégua. Nem férias legislativas são capazes de interromper o aluvião.

Esta semana, de novo, vai ser movimentada. Tem (talvez) Carlos Wizard na CPI da Covid, João Doria antecipando vacinação em São Paulo – e chegando ao número de 20 milhões de doses distribuídas aos paulistas –, Senado correndo para votar o projeto da privatização da Eletrobrás com os jabutis enfiados pela Câmara.

(E a economia contribuindo para o frisson, com reunião do Copom, possivelmente para subir de novo a taxa de juros).

Mas tudo isso talvez seja “peanuts” diante do primeiro encontro presencial entre Joe Biden, agora como presidente norte-americano, e Vladimir Putin, seu homólogo russo, nesta quarta (16), na Suíça.

Os antecedentes já são dramáticos, com Biden, numa entrevista à ABC News, em março, concordando com o repórter, que chamou Putin de “assassino”.

Putin amaciou na resposta, usando, sem citar explicitamente, o conceito de transferência psicanalítica, jogando a atribuição homicida para Biden.

A tensão cresceu com a expulsão de diplomatas dos dois lados, depois disso.

Tudo isso pode até passar batido, mas a pauta é encrespada. Com os ciber-ataques russos nas campanhas eleitorais norte-americanas, a guerra na Ucrânia, e, principalmente, com a prisão dos opositores de Putin, Biden talvez esteja em condições de jogar mais no ataque.

Nos Estados Unidos, parlamentares republicanos veem o encontro oficial com Putin com enorme ceticismo, como se Biden estivesse a dar uma certa autorização para os gestos autocráticos do russo.

O problema é que Putin vem colecionando aliados no tabuleiro geopolítico, como a China, e mesmo na Europa, já que a Alemanha é consumidora do gás fornecido pelos russos.