Dado o pontapé inicial no texto da reforma administrativa, que estava previsto para ser votado na manhã desta quinta-feira (20), o serviço público começa a se movimentar para fazer costuras no projeto.
A sessão sobre a reforma na Comissão Especial foi adiada sob o pretexto de que a sessão da Câmara começaria mais ou menos no mesmo horário e não seria possível fazer todas as discussões necessárias a tempo. Os líderes entraram em um acordo para que a solenidade ocorra na próxima segunda-feira (24), com votação no dia seguinte.
Nos bastidores comenta-se que o motivo da demora seriam algumas mudanças propostas no texto. O que mais tem pegado para o governo é que um projeto chancelado pelo presidente Jair Bolsonaro implique mudanças específicas para os policiais, sua base eleitoral dos sonhos.
Para tirar os policiais (civis e militares), o relator do projeto, deputado Darci de Matos (PSD-SC) precisa de algo para dar em troca. Cogita-se, então, incluir os magistrados na reforma. Eles não foram contemplados, a princípio, nem o Ministério Público.
Mas os juízes e seu corporativismo elitizado estão se movimentando para fortalecer a teoria de que, na carreira, só quem pode dar pitaco é o Supremo Tribunal Federal (STF) e que qualquer coisa diferente disso qualifica vício de competência.
A presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Renata Gil, chegou a falar publicamente sobre o tema em encontro com integrantes da categoria, em Brasília.