Como naqueles comerciais que dizem que “o gerente enlouqueceu”, o dono da companhia aérea Ita, da viação Itapemirim, que deve estrear sua operação comercial em junho, parece também não bater bem da cachola.
Afinal, Sidnei Piva, que comprou a veneranda empresa capixaba dos fundadores, a família Cola, diz que pretende oferecer conforto para o passageiro na cabine do avião e espaço gratuito para suas bagagens.
Em algumas rotas, refeições quentes.
Claro que a estratégia pode ser de curto prazo, e durar apenas nas primeiras semanas da Ita.
Em entrevista à CNN Brasil, Piva ecoou um lema que foi comum nos anos 2000, quando Lula era presidente e dia sim, dia sim, falava-se da “ascensão da classe C”.
Uma das imagens poderosas desse movimento tinha relação justamente com o transporte aéreo, quando a tigrada começou a trocar as rodoviárias pelos aeroportos, para desespero de copiosas seções da classe média.
O panorama parece ter retrocedido algumas casas década e meio depois.
“Hoje, só 4% da população brasileira utiliza transporte aéreo. Mas, com o nosso projeto, acreditamos que podemos alcançar um público que nunca teve oportunidade de voar, oferecendo mais uma opção de deslocamento”, disse Piva à emissora.