Revista Poder

Em suposta quarentena, Pazuello pede tempo, e Mandetta expõe cola de Ciro Nogueira

Eduardo Pazuello e Luiz Henrique Mandetta || Crédito: Agência Brasil

A decisão do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, de adiar sua participação na CPI da Covid, marcada para amanhã, por conta de possível contato com contaminados por Covid-19, não foi ainda acatada pelo presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM). Em plena sessão da CPI, o senador reclamou publicamente que manifestação pedida ao comandante do Exército para confirmar a versão de Pazuello não havia chegado até 13h, cerca de 5 horas depois de ser comunicado da decisão.

Aziz disse que a audiência com Pazuello será presencial, e que não vê problema que isso aconteça em 14 dias, se for o caso, tempo para o ex-ministro ficar em quarentena. O que ele não quer, e isso o colocou em rota de colisão com alguns senadores pró-governo, é que Pazuello possa falar por videoconferência.

“Se o general Pazuello se sente preocupado, e nós também estamos, não tem problema, a gente espera. A CPI vai demorar 90 dias. Como falou em pixuleco, Fabio [Wajngarten] falou que [Pazuello] era incompetente, [a gente] vai só demorar um pouco para chegar às conclusões. Só isso.”

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Hoje, Luiz Henrique Mandetta iniciou a rodada de ex-ministros ouvidos pela CPI. Ele confirmou que defendeu o isolamento social e comunicou isso ao presidente Jair Bolsonaro. Disse que entregou uma carta ao “chefe”, que lhe ouvia, mas não adotava as medidas preconizadas. No dia da entrega dessa carta, relatou que comentou com o presidente da possibilidade de um caos funerário, como visto antes na Itália.

“A sensação que eu tinha era que eu era o mensageiro da má noticia. Acabou gerando foi mais distanciamento [entre nós].”

O senador governista Eduardo Girão (Pode-CE) perguntou a Mandetta se ele não teria errado ao não estimular o tratamento precoce, que, segundo ele, seria de excelente custo-benefício, e se teria algum remorso por conta disso.

“Aqui é ciência, aqui é estudo”, disse o ex-ministro. “Eu jamais na minha vida tomei decisão sem estudar. Quando a gente estuda, a gente tem de acreditar nas bases do seu estudo (…) Tem que estar dentro da bula. Tem que estar dentro do compêndio. Tenho as bulas da cloroquina e da ivermectina. Recomendo a todos vocês que leiam (…) A ciência não comete crime. Não existe verdade absoluta. Você submete a verdade aos pares. Alguém tem de ficar dentro do livro.”

Ao ouvir, logo depois, a pergunta de Ciro Nogueira (PP-PI) que mencionava orações e canja de galinha, disse que recebeu exatamente a mesma pergunta do ministro Fábio Faria (Comunicações) na segunda (2), a quem chamou de amigo, talvez por um erro de envio, já que a mensagem provavelmente seria destinada ao senador da tropa de choque governista.

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