Revista Poder

Paulo Guedes assume papel de Ernesto Araújo em ataque trapalhão à China e se vê obrigado a pedir desculpas

Em reunião, ministro da Economia defende superioridade de EUA sobre China, e é replicado por embaixador que lembra que 84% das vacinas aplicadas no Brasil são chinesas

Paulo Guedes e Yang Wanming || Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

“Peixe morre pela boca”, diz o ditado amplamente desconhecido na Esplanada dos Ministérios.

Paulinho Guedes, superministrinho da Economiazinha, mandou mais uma nesta terça-feira (27), ao pegar o bastão do finado Ernesto Araújo e não fazer por menos. “O chinês inventou o vírus e a vacina dele é menos efetiva do que a americana. O americano tem 100 anos de investimento em pesquisa. Então, os caras falam: ‘qual é o vírus? É esse? Tá bom, decodifica. Tá aqui a vacina da Pfizer. É melhor do que as outras’”.

A reunião de que ele participava estava sendo transmitida e assim Paulinho precisou fazer uma coletiva de imprensa depois informando que usou “imagem errada” no encontro.

A imagem, de qualquer forma, era coerente com o pensamento vivo de Paulinho, digna inclusive daquela das domésticas na Disney, mas a menção à Pfizer não passou despercebida ao embaixador chinês Yang Wanming.

Célere e combativo, Wanming foi rapidamente ao Twitter com fatos: “Até o momento, a China é o principal fornecedor das vacinas e dos insumos ao Brasil, que respondem por 95% do total recebido pelo Brasil. A Coronavac representa 84% das vacinas aplicadas no Brasil.”

O novo ministro das Relações Exteriores, Carlos França, achou por bem entrar em cena, e conversou com Wanming para desfazer a papagaiada.

Não ficou só nisso. Nesta quarta-feira (28), chegou à caixa de correio da representação chinesa uma carta escrita de próprio punho por Paulinho.

Pedindo suas mais sinceras desculpas, o ministro conseguiu conter, ao menos em parte, o estresse com os chineses.

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