Desde que ficou evidente que o governo vai cortar um dobrado com a CPI da Covid-19, aliados do presidente buscam munição para jogá-la no Grande Ventilador.
Eles foram à Internet atrás de declarações de oponentes que possam ajudar a fundamentar uma tática diversionista na CPI, que tire o foco dos muitos erros cometidos por Brasília na condução da crise sanitária.
Por ora, achou-se um vídeo do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), de maio de 2020, que sugere, digamos, simpatia pela hidroxicloroquina.
Em um dos trechos da gravação que foi entregue aos parlamentares da base governista da CPI, Dino diz que o estado assegurou “fornecimento do medicamento, de modo que essa é uma decisão de cada médico, em cada serviço estadual de saúde, contando, inclusive, com a autorização do paciente”.
Vindo de quem vem, a aspa de Flávio Dino poderia aliviar para o presida. Presidente e governador, eis uma argumentação possível, talvez ignorassem então a ineficácia do remédio propugnada pela comunidade científica.
Dino é um dos mais agurdos críticos de Bolsonaro. Em entrevista à revista PODER de janeiro deste ano, ele disse o seguinte:
“Do ponto de vista administrativo, gerencial, Bolsonaro não tem nenhum atributo para o bom exercício da função, e isso não é força de expressão. Não tem capacidade técnica, não tem disciplina, não tem apetite por gestão, é mal assessorado, não arbitra controvérsias. Por isso o país está à deriva. Seu governo se resume a meia dúzia de frases toscas, preconceituosas, agressivas e criminosas e ao auxílio emergencial, que conquistamos no Congresso. Tirando isso não sobra rigorosamente nada.”
A íntegra da entrevista está aqui.