O que poderia ser um mau momento para a China tornou-se exatamente o seu oposto, ao menos para consumo interno, com a rápida contenção da crise da Covid-19, em 2020. Ainda que médicos, jornalistas e muitos outros cidadãos tenham sido silenciados, esse padrão de força do poder central, impensável para muitas democracias do Ocidente, é admitido por milhões de chineses.
Com a má resposta à pandemia dos Estados Unidos e da Europa, o velho Império do Meio acabou fortalecendo sua posição de liderança global e chega a 2021, ano da celebração dos 100 anos do Partido Comunista, órgão de controle do país, cioso de seu grande poder.
Hoje, o presidente chinês, Xi Jinping, discursou por videoconferência em fórum econômico asiático e fez críticas veladas aos Estados Unidos, assumindo uma posição de líder mundial que parece se guiar pela sensatez.
“Questões internacionais devem ser resolvidas por todos a partir de consultas”, disse. “Regras feitas por um ou mais países não devem ser usadas para forçar os demais.”
Parecem considerações bastante aceitáveis, quase truísmos, mas na hora em que essa sensatez é usada para esmagar revoluções em Hong Kong, a coisa costuma mudar de figura.