Preocupados com a condução da CPI da Covid no Senado, cujo relator deve mesmo ser Renan Calheiros (MDB-AL), os bolsonaristas começaram a se articular para tentar, na Justiça, impedir que ele ocupe cadeira – a mesma estratégia feita em 2019, quando Renan disputou a presidência da Casa, que ficou com Davi Alcolumbre (DEM-AP).
A deputada Carla Zambelli (PSL-SP) anunciou que vai entrar com uma ação para barrar Renan. Via Twitter, disse que “a presença de alguém com 43 processos e seis inquéritos no STF evidentemente fere o princípio da moralidade administrativa”.
Ex-ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG) disse que enviou uma representação à Procuradoria-Geral da República (PGR) com essa mesma finalidade. A PODER Online, afirmou que “a figura de Renan não condiz com o perfil necessário para o relator de uma CPI desta magnitude”.
A manobra tem tudo para fracassar, embora cumpra seu papel, que é apenas mobilizar a tropa para atacar o senador.
O problema é que Renan é conhecido por sua frieza e já disse aos aliados mais próximos que não será uma campanha nas redes sociais que vai tirá-lo do prumo.
Na noite desta segunda-feira (19), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), ligou para os senadores Otto Alencar (PSD-BA) e Omar Aziz (PSD-AM) informando-os que a previsão de início dos trabalhos tinha ficado para as calendas, perdão, para a semana que vem.
Otto é o mais velho entre os integrantes da CPI enquanto Omar é o nome indicado para a presidência, por isso a deferência.
Mas enquanto o governo pensa que acerta ao ganhar tempo para constranger senadores, o senador alagoano tem intensificado o corpo a corpo com seus próprios aliados para lembrar que, em sua visão, Bolsonaro é uma estrela cadente, uma espécie de rei Midas às avessas.
Tudo o que toca…