Pela primeira vez na história, um ministro da Saúde do governo Bolsonaro tem uma boa notícia para dar. Nesta quarta-feira (14), Marcelo Queiroga, o quarto titular da pasta mais importante dos últimos tempos da Esplanada, não comunicou a jornalistas a promessa de recebimento de um número de doses de vacinas significativamente menor do que ele mesmo havia anunciado dias antes, ou coisa do tipo.
Na verdade, foi o contrário: segundo o ministro, o Brasil irá receber 2 milhões de doses da vacina da Pfizer antes do previsto, até junho.
“Conseguimos antecipar, no calendário anteriormente previsto, das 100 milhões de doses, 2 milhões de doses da vacina da Pfizer, que vai fortalecer nosso calendário de vacinação”, disse, após uma reunião do comitê bipartite extraordinário e retardatário de combate à Covid-19.
O cardiologista não fez questão de lembrar, como era de se esperar, que 70 milhões de doses da vacina dessa mesma farmacêutica já poderiam ter desembarcado no Brasil, em dezembro, mas o Governo Federal recusou a proposta.
Considerando que Israel conseguiu diminuir em 98% o número de casos de Covid-19 e 89% o número de mortes a partir da vacinação, é de se imaginar o que essas 70 milhões de doses, suficientes para praticamente 1/3 da população do Brasil, poderiam salvar em vidas por aqui.