Revista Poder

Ciro Nogueira mata no peito a fim de reduzir danos na CPI da Covid

Senador do PP-PI entra em campo para impedir que oposição dificulte as coisas para Bolsonaro na comissão que Rodrigo Pacheco deve instalar amanhã; presidente sugere parar a “canalhada” na porrada

Ciro Nogueira || Crédito: Marcos Oliveira/Agência Senado

A decisão de Luiz Roberto Barroso de acatar em medida liminar, a pedido da minoria do Senado, instalação da CPI da Covid se desdobrou em diversos capítulos ao longo do fim de semana e hoje.

A conversa pouco erudita entre Bolsonaro e o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO), que subscreveu o pedido ao STF, segue rendendo pixels, minutagem e tuítes, e a coisa não deve amainar ao longo da semana – amanhã a CCJ da Câmara deve analisar, por exemplo, o instituto da decisão monocrática dos juízes.

Enfim, Jair Bolsonaro lançou mão de um expediente de que é useiro e vezeiro, o mimimi, para movimentar suas peças e tentar virar a mesa, conflagrando o Senado e jogando o Supremo contra parte da Casa Alta.

A ideia, como se sabe, é ampliar o escopo da CPI, analisando, além da performance do Governo Federal, também a dos estados e municípios. Ou a “limonada”, na metáfora do presida.

No Senado, o presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), é um dos que pediram preferência para matar no peito. O objetivo é diluir as acusações e, de quebra, atingir adversários políticos locais, sobretudo governadores de oposição, de olho nas eleições do ano que vem.

Em outra jogada, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), deve se reunir nesta segunda-feira (12) com aliados para ver a possibilidade de transformar a CPI do Senado em CPI mista, com integrantes da Câmara.

Se isso ocorrer, os trabalhos no Congresso praticamente ficarão paralisados, uma vez que todas as forças políticas estarão focadas numa espécie de aniquilação coletiva.

O exemplo disso é o corpo a corpo que o presidente Bolsonaro tentou fazer nos últimos dias, ligando para os senadores com quem tem mais intimidade para tentar barrar a CPI da Covid ou, ao menos, minimizar os seus efeitos.

Para quem chega de Marte agora, em telefonema gravado pelo senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO), o PR chamou o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) de “bosta” e conclamou Kajuru, próximo do presidente, a evitar que a CPI fique “sacana”.

“Se você [senador Kajuru] não participa [da famigerada CPI], vem a canalhada lá do Randolfe Rodrigues para participar e vai começar a encher o saco. Daí, vou ter que sair na porrada com um bosta desses.”

Como diria Paulo Francis, waal.

Randolfe respondeu no vídeo embebido abaixo.

“A violência é uma arma que só interessa, a esta altura, aos covardes”, disse

 

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