Costuma-se dizer a cada agressão à democracia brasileira que as “instituições estão funcionando”. O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, pode dizer, por seu turno, que “as concessões” estão funcionando.
Hoje ele foi a São Paulo reger o leilão que passou a operação de aeroportos em regiões distintas do país para a iniciativa privada. A CCR, grupo que tem entre seus controladores as empreiteiras Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa (agora Mover) e Soares Penido, ficou com a parte do leão.
O grupo ficou com dois dos três blocos ofertados, com 15 dos 22 aeroportos levados ao pregão, entre eles os de Curitiba, Foz do Iguaçu, Londrina, Joinville, Goiânia, Palmas, Imperatriz (MA) e Teresina. A empresa irá desembolsar R$ 2,9 bi para operá-los. O ágio num dos blocos ultrapassou 9 000%. Além disso, se compromete a investir R$ 4,6 bi nos terminais.
A concessão irá durar 30 anos.
O presidente da empresa, Marco Cauduro, com apenas nove meses no cargo, disse em entrevista coletiva que “nosso apetite para leilões em nada afeta a capacidade de execução do [nosso] planejamento estratégico.”
A presidente da divisão de aeroportos da CCR destacou a vontade de atrair novas “companhias e rotas” para os terminais da região Sul.
O outro conjunto de aeroportos ofertados ficou com o grupo francês Vinci.