Revista Poder

Entre vontade de ser mártir ou receio de falar fino, Bolsonaro adia própria vacinação

Calendário de imunização do DF já abarca faixa etária do presidente, mas PR dá perdido na vacina. Resta saber se é cálculo político ou medo autêntico dos efeitos colaterais

Jair Bolsonaro || Crédito: Marcos Corrêa/PR

Estava tudo certo para a imunização do presidente Jair Bolsonaro, no último sábado (3), em Brasília. Ele tomaria a primeira dose da vacina contra a Covid-19 no parque da Cidade, um dos pontos mais populares do Distrito Federal.

O problema é que a inclusão dos integrantes das Forças Armadas e militares na tabela de prioridades fez com que as vacinas para pessoas na faixa etária do presidente, que tem 66 anos, começassem a mirrar. Faltaram doses para muitos deles, mas certamente isso não ocorreria com o presidente da República.

Bingo! Solução à vista para um problema à mão. Para evitar o desgaste público do uso da prioridade para o PR, resolveu-se deixar a vacinação para depois.

E mais: Bolsonaro aproveitou o contratempo para dizer nas redes sociais que poderia ser “o último brasileiro a se vacinar”, enlouquecendo seu rebanho, digo, sua grei. Com isso, a chama imunização de rebanho de seu rebanho, digo, de sua grei, vai ficando para as calendas.

Mas resta uma dúvida: será que o PR decidiu aproveitar a situação para posar mesmo de mártir? Ou o que ele tem é receio de  de virar jacaré – ou de acabar falando fino?

 

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