Revista Poder

Centrão quer vaga de Ernesto Araújo, cuja queda deve ser oficializada às 17h

Ernesto Araújo || Crédito: Gustavo Magalhães/MRE

Falta o presidente sacramentar, mas a demissão do chanceler Ernesto Araújo já é dada como líquida e certa. Às 17h desta segunda-feira (29), sua saída deve ser oficializada.

Ernesto Araújo ligou para aliados no fim de semana, informando sua decisão de deixar a pasta. Na verdade, ele não teve escolha. Foi chamado por Jair Bolsonaro, que, pressionado pelo Centrão, precisou ceder. O ministro seria demitido se não apresentasse a carta de demissão, a chamada “saída honrosa” da Esplanada dos Ministérios.

A situação de Ernesto, que estava péssima, com a cabeça pedida por senadores numa sessão constrangedora no Senado na quarta (24), piorou neste domingo (28), quando, em dois tuítes, ele quis jogar o bolsonarismo-raiz contra a  senadora Kátia Abreu (PP-TO), e se fez de vítima.

Araújo disse que a senadora o pressionou a “fazer um gesto pelo 5G”, num recado de que a senadora poderia estar agindo pelos interesses da China.

Curioso é que Kátia Abreu se tornou presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado e, em um mês e meio à frente do cargo, teve mais êxito que Ernesto em tratativas sobre a vacina nos Estados Unidos e na Europa.

Existem candidatos à vaga pipocando no Centrão – o senador alagoano Fernando Collor, por exemplo, foi citado –, mas diplomatas mundo afora estão em campanha para que o nome escolhido seja puxado internamente, ou seja, recaia sobre alguém do Itamaraty.

No twitter, o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) foi mordaz: “Urgente. Ernesto Araújo caiu da Terra plana.”

A patética hashtag #ernestoaraujofica havia esquentado o final de domingo. O site BotSentinel registrou 50 tuítes feitos com essa hashtag provenientes de contas falsas.

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