A redução de 4% nos combustíveis anunciada pela Petrobras após seis altas seguidas neste ano poderá dar novo ânimo aos caminhoneiros caso o novo valor chegue mesmo à bomba dos postos.
A expectativa da CNTA (Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos) é que esse repasse ocorra imediatamente, o que, nas palavras do assessor executivo, Marlon Maues, “sempre ocorre quando o combustível aumenta”.
As variações acompanham o recuo na taxa de câmbio: o dólar chegou a superar os R$ 5,80 no início do mês e hoje é negociado em torno dos R$ 5,50. No mercado internacional, a cotação do petróleo também caiu graças à enésima onda da Covid-19 na Europa.
O combustível, defende a CNTA, é um insumo de trabalho primordial para a categoria e pode alterar a composição do valor do frete em muitos casos, respeitando, é claro, o valor mínimo estipulado pela legislação.
Desde o início do ano, a gasolina encareceu 54,3% e o valor do diesel ficou 41% mais alto para os distribuidores.
“Você consegue ver a diferença na hora de encher o tanque. Caminhoneiros, hoje, estão entre os trabalhadores mais expostos diante das dificuldades enfrentadas no combate ao coronavírus”, completa Marlon.
Levantamento da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) aponta que o litro do diesel comercializado na semana passada teve um preço médio de R$ 4,274, alta de 1% em relação à semana anterior, e de 2,15% em quatro semanas.
O patamar atual é superior ao verificado antes da greve dos caminhoneiros em 2018, considerando a correção pela inflação.