Em sua live desta quinta (11), o presidente Jair Bolsonaro criticou o toque de recolher imposto pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, chamando a medida de “estado de sítio”.
Seria útil se Bolsonaro aprendesse algo sobre a Constituição que ele jurou defender ao assumir o posto de presidente da República.
Nela, estado de sítio é descrito como “instrumento político em que o chefe de Estado suspende por período temporário a atuação dos Poderes Legislativo e Judiciário”.
Ou seja: o vestíbulo, a antessala do inferno.
±Aqui no Distrito Federal, toma-se medida por decreto, de estado de sítio, das 22h às 5h ninguém pode andar. Uma medida extrema dessa, só eu, o presidente da República, e o Congresso Nacional, poderiam tomar. E a gente está deixando isso acontecer, ficando quietos… Até quando podemos aguentar essa irresponsabilidade do lockdown?”, questionou o presidente.
O que está acontecendo no DF não é, nem de longe, estado de sítio. O governador impôs medidas mais fortes para tentar conter a alta do coronavírus no estado. Hoje, o Distrito Federal está com 99,7% da capacidade total de suas vagas em UTIs ocupadas.
Ibaneis prometeu incrementar a Saúde com 200 novos leitos em hospitais de campanha, mas, enquanto isso pôs em ação essas medidas duras de distanciamento social.
Procurado por PODER Online, o governador preferiu não se manifestar. Ele, contudo, já havia dado o recado em suas redes sociais.
“O presidente da República, Jair Bolsonaro, por quem eu tenho respeito e apreço, disse que o Distrito Federal está sob estado de sítio. Desta vez eu discordo dele. O DF está sim com restrição na mobilidade das pessoas a partir de 22h por uma medida sanitária.”
Ibaneis ainda sugeriu que Bolsonaro assistisse ao filme Estado de sítio, do grego Costa Gravas. Mais: linkou o YouTube em que a produção está disponível, com legendas.
Pra quem se interessar, segue, abaixo: