Deputado federal licenciado do PSD-RN, o ministro das comunicações Fábio Faria tem função estratégica no governo Bolsonaro.
A ele cabe dar publicidade das ações, falas e táticas do “PR” e, em menor medida, também do círculo ministerial.
Bolsonaro tem enorme popularidade digital, e Faria também se serve das redes sociais, especialmente o Twitter, para, digamos, despachar.
No resto do tempo tem de cuidar de órgãos lotados em sua pasta, como os Correios e o sistema nacional de telefonia e transmissão de dados.
O sempre adiado leilão que irá definir quais operadoras poderão explorar a frequência 5G está sob sua responsabilidade, ainda que desde que assumiu a pasta, em 2020, ele venha dizendo que a decisão final será do “presida”.
É que a discussão ganhou tintas ideológicas quando Donald Trump decidiu banir a empresa chinesa Huawei de seu país, e conclamou sua grei pelo mundo a fazer o mesmo.
Bolsonaro, como era de se esperar, comprou a paranoia, assim como o premiê inglês, Boris Johnson.
A birra trumpista com a chinesa se deu porque a empresa poderia ser uma espécie de cavalo de Troia, de uma operação cabeça-de-praia disfarçada para o Partido Comunista Chinês conhecer informações sensíveis e de segurança nacional dos clientes da Huawei.
Nesta terça (9), Faria foi à Câmara dar informações aos deputados sobre o leilão.
Estabeleceu-se que as operadoras que quiserem participar do certame precisarão montar uma rede para utilização exclusiva do governo; e, para tal, é preciso que as empresas candidatas sigam critérios de governança corporativa próprias do mercado acionário brasileiro.
Um pré-requisito que, coincidentemente, elimina a Huawei da competição.
Faria disse aos deputados, contudo, que a Huawei poderá atuar na rede privada utilizada pelos consumidores.
“Estive na China, e eles [Huwaei] não têm interesse em fazer a rede privativa do governo”, disse.
Nesta quarta, o ministro voltou à programação normal no Twitter. Repercutiu pesquisa da CNN Brasil que coloca Bolsonaro à frente de Lula num hipotético segundo turno eleitoral em 2022; celebrou a vitória da deputada Bia Kicis à CCJ; e, mais cedo, procurou sustentar que o governo Bolsonaro um dia se preocupou com a vacinação contra a Covid-19.