A maneira como um líder é lembrado e evocado — essa talvez seja a chave para se entender a grandeza da figura.
Jorge Paulo Lemann, o fundador da 3G e controlador da Ambev, Heinz, Burger King e so on foi ontem lembrado em Brasília não por seu tino para os negócios nem pela sofreguidão com que se lança à consecução de metas; tampouco pelo espírito de equipe.
A preocupação com a educação brasileira do homem dos R$ 100 bilhões igualmente ficou de fora.
Necas sobre seu jogo de saque-e-voleio, no tênis.
Lemann foi lembrado pela gentileza.
Numa reunião informal ontem, um diretor da Embratur contou que abordou o empresário, a quem não conhecia pessoalmente, no calçadão de Copacabana, ainda no a.C (antes do Coronavírus).
A conversa durou pouco, mas o suficiente para que o servidor público informasse que trabalhava com jovens carentes. Ao final, deixou seu cartão de visitas com o empresário.
A mágica se fez dias depois. Por e-mail, um funcionário de Lemann entrou em contato.
E explicou que o empresário agradecia pela sessão peripatética e se colocava à disposição do interlocutor.
Nessa hora um brinde foi levantado a Lemann. E como naqueles desfechos de algumas canções de folk, o mundo foi dormir melhor.