Para conseguir eleger Arthur Lira (PP-AL) como presidente da Câmara dos Deputados, Jair Bolsonaro usou todo seu capital político (e o meu, o seu, o nosso $$$$$) para atrair aliados.
Resultado: conseguiu dividir o DEM e PSDB, enfraquecendo partidos que eram vistos como adversários de centro e centro-direita à sua reeleição.
No DEM, a briga vai continuar ao menos até o fim do ano. A rebordosa de Rodrigo Maia (RJ), que subiu nas tamancas e jogou nesta segunda-feira (8) no ventilador sua relação com o presidente da sigla, ACM Neto (ouça a playlist que PODER Online fez especialmente para os dois pombinhos), pode custar outras duas baixas: o vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.
Aliados de Bolsonaro não descartam uma intervenção no DEM e a derrubada de ACM Neto (BA) como tentativa de acabar com o mal-estar.
A briga entre o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que quer controlar o partido para se viabilizar como candidato presidencial em 2022, e o deputado Aécio Neves (MG), que ainda tem força no PSDB, também beneficia o presidente.
Próximo de Maia, a quem convidou para o PSDB, Doria chamou ACM Neto para conversar. Jantaram nesta terça-feira (09). O governador sabe que se Bolsonaro seguir passando a rapa no DEM, a construção de uma candidatura de centro contra o presidente vai pro vinagre.
Segunda-feira (08), João Doria esteve com o presidente do PSDB, Bruno Araújo, e demais caciques. Disse, na frente do líder, que pretende se colocar como candidato à presidência do partido. Surpresa para Bruno, que contava com a reeleição e, magoado, pode se voltar contra o governador.
(Se fosse só esse o problema, beleza. Mas o PSDB pode também insistir em prévias, já que o governador gaúcho, Eduardo Leite também está no páreo.)
Se for para o lado de Bolsonaro — o que é improvável mas não é impossível –, Bruno Araújo poderá ficar na mesma fila que integrantes do MDB, que tem dois líderes do governo (Eduardo Braga, líder do governo no Senado e Eduardo Gomes, líder do governo no Congresso) dispostos a oficializar o namoro com o presidente.
Um exemplo e tanto de como Bolsonaro conduz sua “nova política”.