No auge da moribunda Operação Lava Jato, quando o ex-ministro da Justiça Sergio Moro ainda era juiz em Curitiba (e eventualmente boneco inflável do cidadão de bem pelo país), havia por outras capitais replicantes, pode-se dizer de Moro.
Esses juízes, circunscritos às suas praças, também analisavam – e condenavam industrialmente – políticos e empresários implicados nos casos de corrupção investigados pela equipe dedicada da Lava Jato.
No Rio, o juiz Marcelo Bretas; em Brasília, Vallisney Oliveira.
Titular da 10ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal, Oliveira era, e ainda é, bem menos midiático que Moro e Bretas. Detesta dar entrevistas e defende ainda o protocolo de que “o juiz só se manifesta pela sentença”.
Nesta semana, o juiz fez uma dessas manifestações ao condenar Marluce Vieira Lima, mãe do ex-ministro de Michel Temer Geddel Vieira Lima, no caso dos R$ 51 milhões encontrados no bunker em Salvador (BA). A sentença fixou pena de 10 anos de prisão por lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Como Marluce é idosa e há a pandemia, a defesa pede que que apenada fique em prisão domiciliar, como aliás está seu filho, condenado em 2019 pelo mesmo crime.
“Acho temerário que a Justiça se curve aos condenados”, teria dito Vallisney a amigos próximos durante um jantar esta semana.
Costuma-se dizer que coração de mãe não tem limites. Quanto ao dos juízes, a anatomia parece não ter ficado louca.