Estreante na política, a deputada em primeiro mandato Flávia Arruda (PL-DF) terá um fim de semana de muito trabalho. Ela aproveitará estes dias para se cacifar como principal candidata a chefiar a Comissão Mista de Orçamento (CMO), prevista para ser instaurada na próxima terça-feira (09).
Os novos presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), prometeram a instalação de uma CMO a toque de caixa, pois ela, como diz o carioca, “demorô”, já devia estar de velho em funcionamento. É ela, afinal, que irá apreciar o Orçamento Federal de 2021.
Pelas artes da política, a estreante é o nome mais forte para ocupar a presidência da comissão.
Integrante do Centrão, foi mais uma eleita na esteira do antipetismo. Seu maior ativo, no entanto, era a ligação com uma importante figura do bioma todo próprio da capital da República.
Flávia é casada com o ex-governador José Roberto Arruda, o malvado favorito do DF, com dezenas de obras e projetos sociais legados ao longo de seu incompleto mandato no palácio do Buriti. A popularidade dele a garantiu um lugar como recordista de votos em Brasília — quase 120 mil apoiadores.
Roberto Arruda teve o registro de candidatura barrado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com base na Lei da Ficha Limpa, em 2014. Para continuar no centro do poder, lançou Flávia quatro anos depois e colheu bons resultados nas urnas. Foi, inclusive, mais aplaudido que a mulher durante a posse dos deputados federais em 2019, no plenário da Câmara dos Deputados.
Condenado em alguns casos de corrupção, ainda responde na Justiça por supostos desvios de recursos financeiros do Governo do Distrito Federal em sua gestão (2007-2010), que foi interrompida por conta de sua cassação.
Os tempos da Papuda já eram, e o conselheiro e marido de Flávia Arruda deverá influir, como diria Bolsonaro, ou ao menos dar uns palpites, no Orçamento da União em 2021-2022.