Revista Poder

Com aprovação da CoronaVac, Doria fala em “paz” e “vida”, mas chama para guerra

Em discurso contra quem "celebra a morte", governador aproveitou aprovação do imunizante para garantir louros por ter viabilizado a única vacina já disponível no Brasil; enfermeira do Emílio Ribas é a primeira brasileira vacinada

Doria || Crédito: Governo do Estado de São Paulo

Falando sobre paz e sobre vida, num longo discurso cheio de pausas dramáticas, João Doria declarou guerra à quem “celebra a morte”.

Para bom entendedor, meia palavra basta, mas caso ainda sobre alguma dúvida: quem celebra a morte, na expressão e na visão do governador, é Jair Bolsonaro e seus comandados.

O governador de São Paulo montou uma operação de guerra (e marketing) no Hospital das Clínicas de São Paulo neste domingo para garantir os louros por ter desenvolvido no Instituto Butantan a única vacina já disponível para iniciar a campanha de vacinação no país contra a Covid-19.

Faltava a aprovação para uso emergencial da Anvisa, e ela veio, junto com a aprovação, para uso emergencial também, do imunizante da Fiocruz, que será produzido em algum momento, segundo um cronograma impreciso por conta das idas e vindas do ministério da Saúde.

A enfermeira Mônica Calazans, que trabalha na UTI do Instituto Emílio Ribas, foi vacinada com a CoronaVac assim que a Anvisa aprovou o uso do imuzinante. Esse evento abriu a rodada de discursos de Doria, Dimas Covas, do Butantan, e Jean Gorinchteyn, secretário de Saúde do Estado de São Paulo.

O governador garantiu a entrega da cota já produzida de CoronaVac ao ministério da Saúde, como acordado nas últimas semanas, mas fez diversas advertências à pasta de que irá acompanhar o cronograma de vacinação no país, que ainda não foi divulgado pelo ministro Eduardo Pazuello, que tentou reduzir os danos do avanço paulista concedendo uma pouco amistosa entrevista coletiva no Rio de Janeiro.

O ano começou quente.

 

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