Revista Poder

Eduardo Pazuello

General do Exército, o ministro da Saúde conseguiu a proeza de virar 2020 no cargo, mas agora tem a missão nada trivial de coordenar a campanha de vacinação contra a Covid-19. Hoje cancelou reunião com governadores

Eduardo Pazuello || Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Não deve haver muita gente à fim de estar na pele do atual ministro da Saúde.

General da ativa, Eduardo Pazuello é criticado por seus pares por não pendurar a gandola, e, com isso, acabar por envolver de alguma forma o Exército nos caminhos e descaminhos do governo Bolsonaro.

Quando teve Covid-19, um dos muitos do Planalto que contraíram a doença, ele recebeu uma visita do presidente Bolsonaro e cantou a pedra: “É  simples assim: um manda e outro obedece.”

Dias antes ele havia sido desautorizado rispidamente pelo presidente por negociar para o Brasil a compra da vacina CoronaVac, a “vachina chinesa do Doria”.

Mas Bolsonaro, mesmo em sua guerra contra o governador paulista, novamente voltou atrás, e na semana passada o contrato desfeito foi reestabelecido.

Cabe ao ministro agora coordenar o programa de vacinação nacional, e os presságios do que será essa condução são os piores possíveis.

O ministro já quis discutir com jornalistas, emitiu pronunciamentos que não dizem nada, ofereceu quatro meses diferentes para o início da campanha (agora fala em “dia D e hora H”) e hoje cancelou uma reunião virtual com governadores por não ter o que apresentar.

O encontro havia sido confirmado pelos governadores do Piauí, Tocantins, Goiás, Distrito Federal, Maranhão e Paraná.

Pazuello sequer finalizou o discurso que usaria na ocasião, que, segundo apurou a PODER Online, teria um tom apaziguador.

Uma das grandes dificuldades é relembrar aos entes federados e seus representantes a determinação do presidente Bolsonaro de que é preciso afirmar que só deve se vacinar quem quiser se vacinar.

Fortalecer o ponto do governo será a grande dificuldade do ministro.

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