Revista Poder

Guerra das vacinas: quem vai vacinar primeiro?

Após coletiva-show em que divulgou eficácia da CoronaVac, João Doria confirma contrato de venda do imunizante para o ministério da Saúde; campanha em São Paulo começa dia 25, mas Brasil pode se antecipar

Coletiva Butantan || Crédito: Governo do Estado de São Paulo

A guerra das vacinas se tornou um dos conflitos políticos de 2021. Felizmente, a politização do tema não parece ter o condão de atrasar ainda mais o início da campanha de vacinação contra a Covid-19, algo que já se dá em cerca de 50 países, nossos vizinhos Argentina e Chile incluídos.

Com a divulgação da eficácia de 78% para a CoronaVac feita nesta quinta (7) em entrevista coletiva do governador paulista João Doria e equipe, começa um novo capítulo da contenda.

A CoronaVac, conhecida como a “vacina chinesa do Doria” ou também “vachina”, nas hostes bolsonaristas, foi a aposta do governador em se projetar nacionalmente. O Instituto Butantan, de São Paulo, como se sabe, vai produzir grande quantidade delas.

Às 19h de ontem, Doria confirmou que recebeu o contrato de compra da CoronoVac pelo ministério da Saúde, algo que já havia sido divulgado em 2020 pelo titular do ministério, Eduardo Pazuello, mas que foi motivo de reprimenda pública de Jair Bolsonaro no dia seguinte.

Jogo de cena para mais uma volta atrás do Planalto.

O governo de São Paulo espera agora a autorização em até 10 dias da Anvisa para o início do uso emergencial.

Doria já divulgou um cronograma de vacinação em São Paulo que começa no dia 25, não por acaso o dia  de fundação da capital paulista e feriado na cidade.

Presume-se que a agência de vigilância sanitária não vai criar embaraços para que o estado inicie a campanha de vacinação no dia 25.

Um dos lobistas ligados ao Instituto Butantan disse a PODER Online que após a divulgação de índices satisfatórios, a briga vai ser para ver quem consegue vacinar primeiro.

“Agora os estados vão correr atrás, mas desde o início, quando ainda se falava em Pfizer, o João Doria queria ser o primeiro”.

Doria liderou o bloco de governadores que lastima as políticas públicas do governo federal no combate à Covid-19, como o desprezo pelo uso de máscara e pelo distanciamento social e até mesmo as intervenções de Bolsonaro duvidando da eficácia das vacina.

“A grande razão para isso é que Doria quer ser tratado nas próximas eleições como alguém visionário que correu atrás de salvar seus eleitores. É um raro exemplo de algo efetivamente positivo e capaz de trazer votos”, disse o profissional ligado ao Butantan que atua em Brasília.

 

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