As muvucas nas praias e as muitas festas pelo país no fim de 2020 mostraram que o brasileiro não está muito interessado em seguir os procedimentos indicados pela ciência para evitar o recrudescimento da pandemia de Covid-19.
O resultado é por todos sabido. A primeira onda que nunca havia de fato se dissipado se fortaleceu, e grande parte das capitais brasileiras se vê às voltas com UTIs lotadas e médicos estressados.
A média móvel semanal de mortes, que na primeira quinzena de novembro estava em torno de 330 no país, mais que dobrou no fim de dezembro para 710.
“Ninguém queria, mas todo mundo sabia que isso estava para acontecer”, aponta Mauro Gomide, ex-secretário de gestão pública do Distrito Federal.
Para Mirela Sotto-Maior, especialista em gestão pública e professora da UnB, a falta de fiscalização contribuiu, mas o problema é mais embaixo. “O brasileiro precisa colocar na cabeça que tem de ter responsabilidade com o próximo.”
Hoje, o Amazonas é o estado brasileiro mais castigado pela propagação da Covid-19, seguido pelo Rio de Janeiro e São Paulo. Considerando o tamanho das populações, Distrito Federal lidera o ranking de internações e mortes.
Ainda assim, basta fiscalizar as redes sociais dos moradores – e das autoridades – destas regiões para ver que nada mudou no comportamento de muita gente.