Diz-se que em briga de marido e mulher não se mete, mas no caso de primos, toda uma cidade, uma das maiores do Brasil, se envolve.
É obrigada a se envolver, já que o voto é obrigatório.
No Recife, os primos João Campos, deputado federal pelo PSB, o mais votado da história da cidade, filho do ex-governador Eduardo Campos, morto num acidente aéreo em 2014, e a também deputada federal Marília Arraes, neta do ex-governador Miguel Arraes, vão ao segundo turno na disputa pela prefeitura, em 29 de novembro.
A eleição foi muito apertada, com menos de 10 mil votos de vantagem para Campos.
As pesquisas não captaram o crescimento de Marília, candidata do PT, que surpreendeu no dia das eleições, e já havia postulado um cargo majoritário em 2018, para governadora, mas teve sua indicação barrada pela cúpula nacional do PT, numa negociação do ex-presidente Lula, então preso em Curitiba, com o PSB de Campos e do governador Paulo Câmara.
Marília ficou revoltada na ocasião, mas não o suficiente para romper com o partido nem com o grande líder do PT.
Analistas e jornais pernambucanos já falam numa briga entre o “eduardismo” e o lulismo nesta reta final. Marília utilizou muitas imagens e declaração de apoio de Lula em sua campanha, e isso deve se intensificar agora.
Tanto o terceiro e o quarto colocados nas urnas ontem, Mendonça Filho (DEM) e Delegada Patrícia (Podemos), esta apoiada pelo presidente Jair Bolsonaro, afirmaram que não indicarão apoio a nenhum dos primos neste segundo turno.