Como o seguro morreu de velho, Ghislaine Maxwell está sendo mantida em uma área isolada dentro do Metropolitan Detention Center que fica no Brooklyn, em Nova York, a fim de evitar que seu destino seja o mesmo de Jeffrey Epstein. O multimilionário e namorado da presidiária mais comentada dos Estados Unidos no momento teria se suicidado na prisão em agosto do ano passado, mas há quem suspeite de uma possível queima de arquivo. E Maxwell, que também fazia as vezes de cafetina de Epstein, já que o ajudava a recrutar garotas menores de idade em um esquema de pedofilia pra lá de escandaloso, sabe de muita coisa a respeito dos supostos crimes cometidos por ele e, ao que tudo indica, com sua ajuda.
Presa desde o começo de julho, a socialite britânica poderá eventualmente negociar uma delação premiada com as autoridades que investigam o caso em troca de imunidade, apesar de que por enquanto ela ainda não deu sinais de que fará isso tão cedo. Aliás, em sua última audiência com um juiz, na segunda-feira, Maxwell só reclamou: da quantidade de câmeras que a filmam em tempo integral na solitária, dos carcereiros que anotam todos os movimentos dela e até da comida servida no Metropolitan Detention Center, que está entre as penitenciárias mais bem organizadas de NY.
Mas não adiantou muito, já que o magistrado que a ouviu respondeu apenas dizendo que tudo era para sua proteção – à parte a queixa pela comida que, segundo o meritíssimo, faz parte da vida de quem foi parar no xilindró. Maxwell, de 58 anos, já foi descrita como “dura na queda” por pessoas que a conhecem bem, e algumas acreditam que os segredos mais bem guardados de Epstein jamais serão revelados pela boca dela. Inclusive porque possivelmente sua vida estaria ainda mais em jogo diante dessa possibilidade, uma vez que os poderosos envolvidos até o pescoço no imbróglio não são poucos. Melhor ir se acostumando com as quentinhas da prisão… (Por Anderson Antunes)